Gotejar de pétala, pranto.
Na carne vitrificada, uma nascente turva
Oriundos abortos de covardes ventres.
Seriam frutos daquela árvore, cítricos
Já que o azedume percorre veias
E saltam ácidos os olhos?
Há revolução, companheira!
Macho o dia da labuta
Fervem lavas as mãos.
É caro, meu caro corpo, pra mim
Pois à prestação compro sexo
E vendo a força que resta.
A máquina produz afeto,
Agora, é fetiche o que sentes
Tiraram o direito do seu amor sóbrio.
E o mais é só deserto.
Há companheira, revolução!
Preenche com painas doces
A amarga cegueira do teu paladar.
Você afasta a paixão, já que corrói
E foge da vida porque ela dói.
Não rejeita a cintilância que sobra.
Vai, vive,
Se lambuza de amora.
E quando menos, aurora.
Seriam cítricos daquele galho, braços
Já que o músculo vidro respira diesel
E pululam rígidos lábios?
Naturalizadas cascas que te revestem
Podem ser lavadas na nascente lágrima da tua pétala, orvalho.
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