Na primeira pedra de sua vida
Tentou retirará-la do caminho
Não a pedra, a vida
Não sabia o que era
E já lidava com a partida
Nem chorar sabia
Um peso insignificante
De uma pedra recém nascida
Depois aprendeu
Que asas aparecem
Deparou-se novamente com outra ida
E sua ausência pesou
Malditas asas
Cada lágrima pesava dez toneladas
Da umidade se fez o musgo
Do musgo se faz extensão
Ou se entrega a erosão
Prefere que brote
Briófitas
Mesmo que na sombra
Dotada de poucos centímetros
De verde
Esperança
Pronta para as partidas da vida
A menina chora lágrimas.
ResponderExcluirChorando pedras vira mulher,
vê-se no seu rosto, semblante, bochechas, bocas, pálpebras.
Ai esses teus olhos buracos negros, verdes florestas, azul de mar, vermelho de boêmia, ou de tanto chorar.
Quando de chorar para, dorme a princesa milenar. Vêm as ervas, as heras, a grama grassa, musgo e mato. Cobrem-na toda, rizoma em desencanto, de volta à terra.