Eles fazem da noite o terror dos que se mostram. E andam juntos, por ruas claras e escuras, procurando por quem se atreve a ser. Em seus rostos, a multiplicidade étnica dos brasileiros. Mas preferem narizes importados e a “pureza” de ideias que julgam próprias.
Vítimas do machismo, trancafiam seus desejos no imundo cárcere de corpos mal amados e dedicam-se a combater a liberdade dos afetos.
Ignoram as cores, as origens e os ritmos de seus ascendentes, enquanto marcham, com tênis made in, sobre o solo de um país inexistente. A terra sul-caucasiana de um delírio fora do mapa.
Não lhes falta coragem, nem ideais, nem energia. Não lhes falta estudo, nem dinheiro e nem advogados. Só lhes falta um espelho ou, quem sabe, alguma tintura capaz de mudar a cor do próprio sangue.
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