
Em dias que o peso do mundo cai sobre sua total responsabilidade,
aprenda que, o tempo é outro, mas os poetas antigos, falavam sobre nossos problemas,
vejamos, o sol é o mesmo, a lua é a mesma, estrelas mortas ainda brilham,
a vida é uma ponte, e somos deuses.
Escravos do tempo, não entendem que a velocidade aumenta os batimentos,
mas jamais, ouça, jamais, trará a paz que procura, essa paz,
se faz no cotidiano, nas escolhas diárias,
como podem se preparar pra um futuro,
esquecendo o futuro do dia de ontem,
o vento não sopra o mesmo lírio,
ele cria novos lírios.
E ainda me vêm com a ideia de que somos evoluídos...
E então ele sentou-se num pedaço do grande jardim e esperou, esperou, esperou que brotasse sua semente: queria flagrar o exato momento do nascimento da vida.
ResponderExcluirRegava a terra em intervalos constantes, tal como necessário. Nada seria mais belo: ele, tão só ele, seria desde então o dono do instante da criação: o exato momento do nascimento da vida.
Esperou.
Os dias passavam, a terra não se mexia. Ele, sem dormir, olhos imensos sobre a esperança de um rebento de flor.
Ele resistia, não desviava dali os seus olhos nem por um segundo. Piscava o menos possível.
Mas dias passavam. Nada, nada nascia dali.
Exausto, impregnado de sono, vazio de esperanças e farto de esperar, levantou-se em pranto, disposto a partir dali para sempre.
Disposto a nunca mais plantar - mão seca devia ter.
Virou as costas para o malogrado broto, e o que então invadiu seus olhos foi a verdade: enquanto manteve seus olhos atentos ao parco pedaço de terra seca, a vida aconteceu em volta dele:
mil crisântemos brotaram, mil lírios desabrocharam, mil rosas se abriram. E quantos, quantos brotos naquele momento estavam se abrindo diante dele, lentos.