Meu amor
Quando você fez em mim espaços de aterrissagem
Cheio de promessas de flores, frutos e vôos
Não olhou pra terra nos meus pés
Toda sorte de presentes
Todo gosto por partilhar
Me fazem desembocar no mar
Fluindo leve
Feliz pleno até do perfume
Mas olha: não vou sozinho
E muitos deles, não sabem nadar
Quando você lavou meus pés
Num ato máximo de sujeição ao querer
Disparou infinito as histórias
Repetidas e repetidas e repetidas
Repletas de tudo o que não se considera
Vazias de todos que não tiveram como chegar
Então olha pra mim
E, munido do mesmo amor
Veja que sou multidão,
Me misturo entre os tantos e sou dos muitos que pouco são.
“Ter” não é verbo que valha na pele nem no coração.
POUCO TANTO SEI
ResponderExcluirDescompassado mudo,
grito surdo,
tua ausência, minha preguiça,
nossa saudade.
O tempo não nos resta nunca mais,
agora somos livres de verdade,
quando a promessa se desfaz.
O ritmo louco, de tudo um pouco,
a coberta vazia esconde a solidão.
A lua crescente, o sol nascente,
o vento que passa, e um avião.