Liberdade embalada

Olhou para a porta, pensou em como seria bom poder sair dali e pelo menos um dia (depois de tantos) ver o sol partir. Mas lembrou da nova máquina de ponto que instalaram há algumas semanas e olhou para os dedos, ainda faltavam duas horas. Portanto, se ausentar não podia.

O despertador era programado para todos os dias tocar no mesmo horário, pensou em desliga-lo, mas isso seria descontado no final do mês. Acordou, como de praxe, as 5:30 da manhã.

Pensou em dizer o que pensava, mas seria chamada de insolente pelo cliente e isso lhe custaria bem caro. Calou-se.

Experimentou o silêncio por horas. Ele lhe disse coisas. Mas colocou muitas dúvidas em seus pensamentos.
Então, lembrou-se da liberdade e colocou as mãos nos bolsos, procurou na bolsa e voltou a pé para casa. Cansou-se.

Viu que as coisas eram assim mesmo, mas não deviam ser.

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