Tenho sede do mundo,
Como se o mundo me tomasse em
arrastão
Tenho fome de carnavais lunares,
De rasos profundos
Como se eu fosse inteira cometa,
Como se as vozes fossem trombetas
Anunciando as marés e luas cheias
Tenho um mundo explodindo nos poros
A sair pelas narinas
Chamado pela luz do sol, pelas gotas
de chuva
Pelo suor da minha dança,
Que prepara um rito,
Para o arrastão passar
Me lava, como em quedas livres
Me recicla, como a terra arada
E eu sou vento,
O início de uma tempestade que não
prevê calmaria
Que não suporta amarra ou limites
Hora, eu tenho medo dessa liberdade
minha
Dessa demasia em desejar o infinito.
Hora, eu amo toda essa anarquia
Não sou forte, não sou frágil,
Eu sou o que desejo
E o que desejo, é muito para caber em
linhas
O que sou não se repete, se completa
O que desejo é alma nua, crua,
É sentir-se grão
E o que faço não é sequer o princípio
Da planta e da semente,
Do oxigênio,
Que quero pra mim...
SUOR
ResponderExcluirVaza cor,
Derramado rio,
aquarela flor,
calor vazio.
Argumento, ator,
soldado, pavor,
espião algoz,
esplendor Brasil.