Parabólicas Bucólicas

“Todo dia o sol da manhã vem e lhes desafia
 Traz do sonho pro mundo quem já não o queria
 Palafitas, trapiches, farrapos, filhos da mesma agonia” (Paralamas do Sucesso)

Na cidade estendida qual rede a quarar

O corpo desfalece clamando por água e sal
No ar circularidades de ondas a invadir
Ouvidos e corpo inerte
Que valem as ondas invisíveis a nos vigiar?
Que valem as ondas levando e trazendo
Notícias de um mundo fantasia?

Temporalidades e espaços multiformes
Colorindo as redes sociais

Parabólicas bucólicas cheias de cólicas
Vômitos de felicidades vis
Depositadas nos sofás das casas agasalhadas
Dançam ao som do batuque do morro
Espasmos de felicidade vendida a granel
Nas vitrines da cidade
Lixos servidos a Prêt-à-Porter

Temporalidades e espaços multiformes

Colorindo as redes sociais

Escaras diagnosticadas e tratadas cotidianamente

Denunciam efeitos colaterais de causas ignoradas
Na pobreza é difícil florescer,
Devidamente aparadas são as asas da fênix
Que renasce tolhida de sua altivez
Morrendo a cada brilho de luz que se esvai
No horizonte fecundado pela imensidão

Temporalidades e espaços multiformes

Colorindo as redes sociais

O colorido das redes sociais

Ganha tom monocromático nas parabólicas
Bucólicas cheias de cólicas
Gritam alto na velocidade da luz
Ironicamente carregando a escuridão
De olhos que não enxergam há tempos
Os desvãos dos precipícios na ponta dos pés

Temporalidades e espaços multiformes

Colorindo as redes sociais

Nas comunidades os fios se cruzam pelos ares

Direções opostas para o mesmo fim
Ruídos de um líder comunitário nas ondas locais
Trazem o delírio da explosão incandescente
A invadir asfaltos e canteiros das megalópolis
“Universo Paralelo” ; moto perpétuo da arte
Para renascer é preciso morrer...onde perdi a beleza da fênix?