A medida do gosto

Há quem consiga amar co'a alma
quando o corpo, dono dos gestos amáveis,
imerso em dura e estafante labuta, vacila?

Há quem a arte redima dos golpes
a seco nas feridas e calos, que o faça
querer mesmo o palco ao invés d'uma cama?

Há, enfim, quem acredite na palavra
- rebenta palavra - essa que salva e guia
do escuro onde o cego vigia à iluminação?

cansaço - eis a fé que me aliena
de resto, nem a rima vale
mas a alma, essa sim é tão menor.

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