A tristeza faz parte das equações
sem solução. Já vi isso no filme Incêndios, Vinícius canta isso como religião.
Canta nos reverbs dos registros audiovisuais, instrumentos e intérpretes,
memória nada mais, onde quem percebe cria vínculos subjetivos, afetivos, do
coração ao cérebro, algo bate, algo corre. A descoberta do afeto, ouvindo quem
já morreu.
Do aviso vítima
Sou mais uma vítima do aviso
Não me poderia ter largado, de todo, ao imprevisto?
Jamais se deve dar ouvidos
A um homem com uma profecia
Esse corredor reto e liso
Que trata com franco descaso
o quinhão que cabe à poesia
Um balde raso transbordando água fria.
Não me poderia ter largado, de todo, ao imprevisto?
Jamais se deve dar ouvidos
A um homem com uma profecia
Esse corredor reto e liso
Que trata com franco descaso
o quinhão que cabe à poesia
Um balde raso transbordando água fria.
Dos traços
Pintou nela um corpo de traços móveis
Caminhou por ele em passos de cores fortes
Atravessaram-se
Viveram-se por dentro
Os cheiros construíram castelos
Instalaram-se em tons de azul, um tanto de mar, um tanto de susto
Risco vermelho
Há uma tela branca
É tanto que não sabe.
Caminhou por ele em passos de cores fortes
Atravessaram-se
Viveram-se por dentro
Os cheiros construíram castelos
Instalaram-se em tons de azul, um tanto de mar, um tanto de susto
Risco vermelho
Há uma tela branca
É tanto que não sabe.
Fruta Estranha
O corpo roça a parede
Num incessante vai e vem
Braços abertos agarrados ao nada
Chamam para si quem passa
Unhas marcam o compasso na tinta fresca
A escuridão roça os pés
Desnudos sob o gramado frio
Na noite fria
Desnuda
As pernas semi-abertas brincam
Em curvas sinuosas, sobem e descem
A boca implora carinho e prazer
Olhos, quais estrelas cadentes
Desejosos...
De pedidos secretos saciados
Esgueirando esquinas, as estrelas
Espiando entre os prédios a lua descuidada,
Expõe cabelo umedecido pela névoa,
A arredondar mais sua face brilhosa
Na agulha, a embalar sonhos adormecidos
Strange Fruit de Billie Holiday
No vão, a solidão acompanhada rastreia,
...qual antena de TV
Momentos de prazer
E fúria.
Num incessante vai e vem
Braços abertos agarrados ao nada
Chamam para si quem passa
Unhas marcam o compasso na tinta fresca
A escuridão roça os pés
Desnudos sob o gramado frio
Na noite fria
Desnuda
As pernas semi-abertas brincam
Em curvas sinuosas, sobem e descem
A boca implora carinho e prazer
Olhos, quais estrelas cadentes
Desejosos...
De pedidos secretos saciados
Esgueirando esquinas, as estrelas
Espiando entre os prédios a lua descuidada,
Expõe cabelo umedecido pela névoa,
A arredondar mais sua face brilhosa
Na agulha, a embalar sonhos adormecidos
Strange Fruit de Billie Holiday
No vão, a solidão acompanhada rastreia,
...qual antena de TV
Momentos de prazer
E fúria.
Assinar:
Postagens (Atom)