E por segundos esqueci quem era
Assim, como em tardes de primavera
E se tudo fossem flores, quimera.
O homem sentado logo adiante
Em viagens alucinantes
Do seu cachimbo brilhante
Esqueceu tudo por instantes
Onde jaz faminto e sedento
O filho do infortúnio opulento
Caos sanguinolento.
Mira, se troca gente por mentira
E o coração em si mesmo esvazia
Quando existe se arrepia,
Não é comum amor na ira.
Comumente sim, é ardor
Expurgado do útero autor
com tantas linhas tortas o labor
Por migalhas a vapor.
Esqueci quem era por um segundo
E como é viver nesse mundo,
Em primaveras, sempre fecundo
De um embrião já defunto.
De carne humana arrematada
E história espezinhada,
Maldita vida empregada
Onde o tudo é nada.
Amarelas elas choviam
E por instantes caiam
No esquecimento.
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