A marcha dos sentidos sobre terra árida e indiferença

Avante olhos incorruptíveis
hirtos e de franca estreiteza
Avante contra toda essa corrente-luz
Matéria refletida e percepção coesa

Silêncio imperioso a que se reduz
o inadvertido ouvido
pai da mais viril clareza

Avante toque de uma palma seca
como apêndice: desintencionado e vão
avante sobre uma qualquer textura
sujando paredes como sujam, os pés, o chão

Como que guiando um cego na procura
de um par vulgar de óculos escuros
Continuar pra que, então?

Cordial como a indiferença de um burocrata
é a fome insossa dessa boca repetida e chata
Empanzinada às rimas.
Suínas almas como a de qualquer obesa

Seria mais justo se exposto com neutralidade?
Mas justiça é custo que cabe somente à vontade
Jamais ao tédio...
esse flâneur de espírito anti-estético por natureza.

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