Ando para não possuir o mundo,
Ando pra não deixar possuir,
Ando para não parar e perceber que canso,
Perceber a dor, perceber arder.
Ando pois cada passo é um esquecer,
Ou um lembrar do que há de vir,
Ando como quem corre para um não sei onde,
Como quem corre para nunca chegar,
Como quem anda por estar perto,
E quando corro deixo.
Deixo viver, deixo correr.
Pois quando parei, vi doer,
Meus miolos secos do sol do sertão,
De tanto pensar pra onde correr,
Pensar em ficar e morrer,
Corro, pra um não sei onde,
Seguindo o som do pandeiro do meu velho pai,
Como corria quando menino,
Como deixava de brincar,
Pra correr pra muganga que pai fazia.
Corro pra felicidade de menino
Corro pra não dar tempo de ser triste,
como corria menino, sem ter tempo.
Corro pra deixar correr.
Corro pois não gostei das asas que Deus me deu.
SK8
ResponderExcluirSystem Kingdom Eight
8
Infinita potência
八
As portas do reino dos sistemas
rodam
http://lucianoalbamonte.blogspot.com.br/2013/03/sk8.html
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ResponderExcluirInfância
ResponderExcluirApós a chuva do outono
Que lavava o ar e ensaboava o solo
Do campo, das varandas e dos animais
Poças imensas de água estendidas ao chão dormitavam
Recebiam elas, beijos de borboletas amarelas e azuis
Os pés banhados no barro que avançada entre os vãos dos dedos
Corriam, corriam e voavam com as borboletas
Num constante girar, a girar
O riso maroto rasga o tempo
Da infância salta no rodamoinho
Da vida circular, da pessoa
Que magicamente retoma
O ser criança híbrido
Amor
Dor