Serendip Smash Brothers




Serendipidade

Príncipes de Serendib, Horace Wallpole
Capacidade de observação e sagacidade
Descobertas inesperadas para dilemas impensados

Sri Lanka, Sânscrito, Terra Resplandecente
Acentuando o grego, Tabrobana, Tamraparni,
Thambapanni, cor de cobre, o porto Kudiramalai
Tamraparni, Budismo Theravada
Na primeira estrofe de Os Lusíadas
Uma jornada além da Terra, a Atmosfera e o Ar

Enquanto macacos comem bananas
三猿 Mizaru Kikazaru Iwazaru
Homo sapiens sapiens cospem dinamites bombas atômicas
A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica



Deslumbre ou Para Januário (F.)

Acostumada com sua pequenez deslumbrava-se diante dos olhos dele. Ela que facilmente acostumava-se com o pouco, afogava-se agora diante da imensidão do azul velado. Como na história bonita que inventava quando menina...
Do alto de sua janela vislumbrava o céu também azul forrado de nuvens brancas. O tapete do céu era contraste com a dureza da sua fala. Não era boa em falar, soava bruta! Confundia–se com as inflexões! 

                       “Perto de você me calo, tudo penso nada falo...”
Mas não calava e ao tentar falar soava fora do tom :
Soava menor -  "Quero te ver!' virava -"Vamos beber cerveja?" ;
Soava fuga -“ Não entre em meu quarto” quando “ É que lá habita a bagunça dos dias solitários”;
Só o “ai, ai” queria dizer “ai, ai” :  ai de desejo, ai de suspiro - Soava barroco.

“Deslumbramento atrapalha o verbo”, pensava. Melhor mesmo só pensar porque pensar era natural: dentro dela era um eterno livro narrado sem pausas para o almoço. A ininterrupta transformação de galho de árvore em pássaro pousado.
(Borboleta amarela passa diante de seus olhos! Silêncio.
- Vida de borboleta é breve!) 
Pensou.
Deslumbre! Des-lumbre!   
E ainda numa brincadeira pensou. 

"- O deslumbre me escurece a fala."